Tuesday, April 28, 2009

Quem somos então?

Quer queiras quer não, a tua maneira de ser depende instrinsecamente do tempo e do espaço em que vives... a tua personalidade formou-se no seio de uma sociedade, de uma cultura, de uma mentalidade. Claro que se pode romper com isso tudo e procurar outra sociedade, cultura e mentalidade com as quais te identifiques mais. Se não estás satisfeito com os objectivos ou sentidos ou razões de viver impostas pelo "sistema", então encontra outros, embora eu esteja convencida que em termos de natureza humana as coisas que fazem sentido para uns não se afastam muito dos seus iguais, temos já umas décadas de estudo de psicologia humana que te dirão isso. Com manifestações diferentes, claro, a alguns dá-lhes para serem psicopatas, mas os desejos que despoletam os nossos comportamentos e que motivam as nossas paixões são, na sua essência, as mesmas, por muito distorcidos que estejam.

Ou então deixo-te um desafio: se não tivesses de obedecer a regras nenhumas, sociais ou o que seja, o que gostarias de fazer com a tua vida? O que faria sentido? Imagina que nasceste e cresceste na selva tipo Tarzan e não conheces nada da Humanidade. Não és constantemente assolado por pensamentos e sentimentos dolorosos, nem bombardeado com campanhas de apelo ao consumismo ou à busca da felicidade absoluta e completamente irrealista típico da nossa sociedade, pelo menos da ocidental. Não tenho dúvidas de que seríamos menos infelizes e menos atormentados, mas nesta altura das nossas vidas em que já estamos marcados por tantas experiências e já tendo pensado e sentido tanta coisa, haverá retorno possível?

Quem és tu? Quem somos nós?

Friday, April 17, 2009

Sim, tudo isso que referiste sucede de facto ou melhor, parece-nos que assim sucede, mas acredito que não passe de uma ilusão, ou um sonho, coisa do género. Parece que estamos a fazer algo com valor para nós próprios ou para alguém mas na verdade não é isso que acontece, opinião minha mais uma vez. O facto de haver algo a que chamamos de sociedade e tudo o resto que lhe está associado é que faz com que tenhamos atitudes e comportamentos no sentido de concretizar os referidos objectivos que, a meu ver, acabo por não saber muito bem o que significam, apenas dei o nome de "objectivos de vida" como poderia dar outro nome qualquer. Na verdade não vejo significado em nada do que uma pessoa possa fazer, apesar de a mesma sentir que está a fazer algo de grandioso ou de estar ou vir a receber grande reconhecimento por parte de outras pessoas. E o que é o reconhecimento? É mais uma coisa que não sei. Assim vivemos.

Thursday, April 16, 2009

Ilusão ou sentido da vida?

Se não há mais nada para lá desta vida, não é normal que queiramos aproveitá-la ao máximo e fazer dela algo que faça sentido para nós? Qual é o interesse de viver por viver, apenas uma sucessão de inspirações/expirações? Os "objectivos de vida" são o motor da nossa paixão, aquilo que nos impele a continuar, a ultrapassar momentos difíceis, a lutar, muitas vezes contra nós próprios.

Ter metas é vital para viver uma vida apaixonadamente, mas não precisam ser irrevogáveis ou definitivas. Acredito que as nossas metas são tão mutáveis quanto nós próprios, vão-se adaptando e metamorfoseando assim como também nós nos vamos modificando ao longo da nossa vivência, através de tudo o que experenciamos, tudo o que sentimos.

O grande problema é que, enquanto estamos a formar a nossa personalidade e a descobrir aquilo que nos apaixona, às vezes definimos objectivos de vida impostos mais pela sociedade ou pelas pessoas à nossa volta do que por nós mesmos. Eu, por exemplo, cheguei há pouco tempo à conclusão que até agora o meu objectivo de vida era acabar o curso. Porque, como vocês devem saber, por mais que tenhamos uma ideia concreta daquilo que queremos ser quando formos grandes quando entramos na universidade, essa noção é submetida a sangue, suor e lágrimas, e muitas vezes acaba por sair totalmente tranfigurada da batalha. Como diria o grande Henrique Leitão (descalcem-se, vamos pisar solo sagrado!), nós entramos num curso para saber se gostamos ou não do curso! Mas como não vivemos num mundo ideal, não podemos andar a saltitar de curso em curso até descobrir qual é "o tal", por isso fazemos aquilo que podemos com aquele em que estamos.

Pronto, tirei o curso... e agora?? Na verdade, gosto muito daquilo que faço e não imagino melhor trabalho. Mas... não me sinto totalmente preenchida... a paixão, sendo por definição um sentimento efémero, esfumou-se, deixando no seu lugar um agradável sentimento de segurança do conhecido, de afecto profundo, mas está na altura de encontrar outra paixão, ou de renovar as paixões que já temos! Como? Traçando novas metas, novos objectivos que queremos realizar, obrigando-nos a construir projectos, delinear trajectos até se chegar lá, já que a viagem é tão importante quanto a meta. E a viagem é a nossa vida.

(Existe tamanho máximo para um post????)

Nem toda a gente precisa de um projecto de vida. Ou melhor, há pessoas cujos "projectos de vida" têm escalas temporais de semanas ou até de dias ("Carpe Diem" no sentido lato). Mas há outras que precisam de ter em vista algo a grande escala... não é propriamente para fazer a sua vivência girar em torno desse objectivo, ou obececar-se enquanto não o realize, é a necessidade de ter um caminho. Porque senão sentimo-nos perdidos.

Eu sinto-me perdida. E tenho uma vida óptima. Faço aquilo que gosto, não tenho pressões no trabalho, tenho horários ultra-flexíveis, vivo numa cidade simpatiquíssima, num apartamento só meu... e, no entanto, vivo em constante ansiedade, inquietude, impaciência. Certo, a pessoa mais importante da minha vida está longe e também eu estou longe da minha terra natal e dos meus amigos, mas não consigo evitar pensar que, se estivesse junto das pessoas de quem mais gosto, teria na mesma estes sentimentos, nem que fosse de vez em quando. Porque não tenho projecto de vida, nem a capacidade de projectar nada no meu futuro devido às circunstâncias.

Mas eu já nasci com mentalidade de pessoa de 70 anos, por isso...

Monday, April 6, 2009

Ilusão...

Muitas pessoas acreditam que apenas se vive uma vida. Depois da morte, nada mais nos sucede. O corpo morre, a mente morre. Se assim é porque é que muitas dessas pessoas tentam alcançar aquilo a que chamariam de "objectivos na vida"? Porque é que eu mesmo o tento fazer? Porque é que tu tentas fazê-lo?

Porque não apenas tentar manter-se vivo até vir o último dia e tudo terminar aí, se é nesse preciso momento em que tudo termina? Qual o sentido desta ilusão? Porquê tentar fazer da vida algo em que a mesma inevitavelmente não se pode tornar...?

Thursday, April 2, 2009

E aqui estou, um pouco mais tarde, mas já estou. Será para abordar o tudo de tudo, sem eufemismos nem falinhas mansas. Felizmente unir-no-emos para mostrar um pouco de inteligência, loucura, sarcasmo e ... mais algumas palavras que tiveram de inventar para nos referirmos às coisas.

Até logo!

Vozes dissonantes

Sim vozes dissonantes. Porque aqui se espera a discórdia e não o elogio fácil entre amigalhaços. Cada ideia será fortemente contestada, cada posição obviamente defendida. Acima de tudo esperamos coerência e coragem de assumir erros e aprender em conjunto.

Um grande abraço hyperdanny e que tenhamos a coragem de sermos sempre honestos um com o outro.